A implementação da internet 5G pode agregar ao Produto Interno Bruto (PIB) nacional algo em torno de US$ 1,2 trilhão, ou aproximadamente R$ 6,5 trilhões até 2035, de acordo com levantamento da Nokia. A tecnologia trazida pelo 5G, com alta performance de velocidade, possibilidade de múltiplas conexões e baixo tempo de resposta tem o potencial de fomentar o desenvolvimento de tecnologias que vão otimizar o setor produtivo e impactar significativamente no crescimento econômico do país.
O impulsionamento da inovação e da competitividade econômica motivado pelo 5G foi discutido no último dia 11, durante a primeira edição do seminário internacional 5G.BR, promovido em São Paulo pelo Ministério das Comunicações. Um dos painéis do evento focou na revolução que a nova tecnologia pode causar na indústria e na economia do país. Os palestrantes debateram sobre como a quinta geração de dados móveis impacta na transformação digital, potencializando o uso de Internet das Coisas (IoT).
Igor Calvet, presidente da ABDI, acredita que estamos, com o 5G, vivenciando a quarta revolução industrial, que passou pelo vapor, pela eletricidade, pelo processamento de dados e, agora, vai se aproveitar da integração do mundo físico com o digital, com uma otimização nunca antes vista.
“A gente está diante de uma coisa que pode viabilizar uma revolução do ponto de vista da indústria, eu diria que essa conectividade permitida pelo 5G vai aproximar consumidores de fornecedores, vai aproximar a cadeia de suprimentos muito mais, vai aproximar várias áreas dentro da própria empresa. Então, a conectividade que vai, de fato, prover a conexão de vários atores, e entre o mundo físico e o digital”, aponta Calvet.
O CEO da V2COM, Guilherme Spina, explica que o 5G vai impactar diretamente a produtividade da indústria e efetivamente possibilitar a digitalização dos ativos reais, com maior geração de valor e redução de custos.
“O Waze é um otimizador de ativos. A cidade tem um investimento em ativos, que são as ruas, e o uso desses ativos de uma maneira não digitalizada gerava uma série de gargalos. Se a gente pensar em um ambiente industrial, que tem uma série de ativos colocados, o 5G vai possibilitar que surjam os ‘wazes’, os otimizadores dessa capacidade instalada, melhorando a produtividade”, explica Spina.
O grupo WEG, do qual a V2COM faz parte, já conduz testes há dois anos da tecnologia 5G em redes privativas e estruturas de produção. E os testes mostraram que a internet de quinta geração vai alavancar a digitalização do ambiente produtivo e fornecer ganhos nos processos de suporte, melhorar as decisões gerenciais e diminuir riscos e desperdícios.
Indústria 4.0
De acordo com levantamento feito pelo Ministério da Economia, o uso de soluções 5G pode representar um impacto de R$ 590 bilhões por ano no país, tanto por causa do aumento de produtividade como da redução de custos oportunizada pela Indústria 4.0.
A alta velocidade de navegação de dados do 5G, aliada ao baixo tempo de resposta dos comandos e a capacidade para suportar conexões de múltiplos dispositivos em uma mesma rede é o que favorece o desenvolvimento de modelos de negócio 4.0, com fábricas e espaços de produção cada vez mais inteligentes.
Na chamada Internet das Coisas, as máquinas que estão conectadas “conversam” umas com as outras, abrindo espaço para aplicações como big data, automação, robotização e inteligência artificial. Tecnologias que otimizam a produção, integram processos, garantem maior eficiência, reduzem custos e aumentam a competitividade do setor produtivo brasileiro.
Próximos seminários
As capitais Porto Alegre, Natal, Manaus e Brasília receberão as próximas edições do Seminário 5G.BR, quando o Ministério das Comunicações continua debatendo os avanços possibilitados pela nova tecnologia e os meios de aplicá-los a serviço dos cidadãos. Dessas próximas capitais, apenas Porto Alegre e Brasília já disponibilizaram o 5G. Natal e Manaus ainda aguardam a conclusão da limpeza da faixa 3,5 GHz. Todo o processo de implementação do 5G nas capitais do país deve ser concluído até o dia 29 de setembro para atender às exigências da Anatel.
Fonte: Brasil 61